Fatalidade atinge Joaquim
A madrinha de Gaudêncio, dona Ana Maria, alguns dias
depois do aniversário de dezoito anos dele, sofreu um AVC. Foi socorrida no hospital
e após uma semana de internamento na UTI, sucumbiu a sucessivos eventos de
mesma origem que a acometeram. O marido Joaquim, ficou arrasado, permanecendo
longo período recluso em casa, quase vindo a perecer de inanição, pois não se
alimentava, apenas chorando a finada esposa. Em uma visita que fez a casa do
patrão, em busca de determinações relativas aos negócios da fazenda, Pedro
Paulo viu seu estado e prontamente o levou a um médico.
Por recomendação deste, Pedro levou Joaquim para a
fazenda, instalou-o na casa grande e assumiu todos os cuidados que deveriam ser
dispensados ao mesmo. Cercado de cuidados e estimulado pela presença do
afilhado, cheio de vida, contando novidades todo dia e instando-o a cavalgarem
juntos, pescarem na represa e outras atividades, fizeram Joaquim reagir e
recuperar-se em pouco tempo.
Nesta
época Gaudêncio foi convocado a cumprir com seu dever de cidadão e passou um
ano prestando o serviço militar, na unidade de Cavalaria Mecanizada sediada em
São Borja. Suas habilidades na montaria facilitaram em muito a vida na caserna.
Para ele os cuidados com cavalos não ofereciam o menor segredo. Inscreveu-se no
curso para cabo, foi aprovado e obteve boas notas nas avaliações a que foi
submetido. Foi com muito orgulho que num dia destes se apresentou em casa,
usando a farda militar onde ostentava as divisas de cabo.
Ao completar seu tempo de serviço, foi-lhe ofertado a
oportunidade de permanecer engajado e seguir carreira no exército. Havia
aprendido muito, gostava da vida na caserna, mas não tinha pretensões de fazer
carreira ali. No dia previsto, foi desligado e recebeu o Certificado de
Reservista, na graduação de cabo. Havia acumulado diversos elogios ao longo dos
onze meses e alguns dias que ali havia permanecido. Por isso recebeu das mãos
do comandante um diploma de Honra ao Mérito. O pai encheu-se de orgulho, assim
como a mãe. Mandaram fazer uma moldura e o documento ficava a mostra na sala da
casa em que viviam.
Logo que estava em
condições de ir e vir sozinho para a cidade, Joaquim voltou de lá trazendo um
documento que entregou a Gaudêncio, dizendo:
- Abra e leia este
documento. Terminei hoje o inventário pela morte de Ana Maria e aproveitei para
fazer o meu testamento.
- E que isto tem a ver
comigo? - indagou Gaudêncio.
- É isso que você vai ver. Abra o envelope e leia com
atenção.
Gaudêncio abriu e tirou
de dentro uma folha de papel. Desdobrou e leu o que nela estava escrito. Seus
olhos se foram arregalando à medida que lia o conteúdo. Quando terminou a
leitura, olhou para o homem que aprendera a amar, quase como um pai. Estava
pasmo com o que acabara de ler. Naquela folha de papel estava escrito o
testamento de Joaquim. Nele, em palavras claras e sucintas, ele, Gaudêncio das
Neves, era declarado herdeiro universal e único de seu padrinho. Precisava de
tempo para assimilar a idéia. Decidiu perguntar:
- Por que eu, padrinho?
- E por que não você,
pode me dizer? Não tivemos filhos, apesar de todas as tentativas. Foi um sonho
frustrado. Você é nosso afilhado, filho de meu braço direito na fazenda. Não vejo
alguém melhor para deixar minha herança. Tenho certeza de que vai ficar em boas
mãos.
- Mas o senhor não tem
outros parentes a quem queira deixar alguma coisa pelo menos? Fico pensando que
não mereço tudo isso.
- Os parentes que
tenho, tanto meus como os de Ana Maria, já tem mais do que precisam para viver
e acabariam por dividir a fazenda em pedaços. O pior é que iriam acabar
brigando, fazendo confusão, inimizades e isso eu não quero de jeito nenhum. Quero
que ela continue sendo uma única propriedade, sem divisões.
- Vou demorar um pouco
para digerir essa novidade. Preciso me acostumar com a ideia.
- A partir de hoje,
você passa a me ajudar na administração. Vou lhe passar uma procuração para
resolver a maior parte das questões relativas a bancos, fornecedores,
compradores. Também vai ter que aprender a lidar com os pagamentos dos
empregados. Os impostos e encargos sociais. Terá que se entender com os
contadores, fiscais de todo tipo, entre eles alguns bem safados, que se deixam
comprar por qualquer merreca. Terá muito que aprender. Principalmente a lidar
com gente e esta é a parte mais difícil. Lhe aconselho estudar um pouco de
psicologia ou então procurar um profissional do setor para orientar em algumas
decisões.
- Estou imaginando a cara do meu pai e da mãe, quando
souberem dessa novidade.
- Vamos até lá contar
para eles? Eles merecem saber. Afinal de certo modo isso afeta a eles também.
Quero pedir que jamais deixe seus pais sofrer qualquer privação. Nunca encontrei
um servidor mais fiel e dedicado que seu pai. Sua mãe então, é impossível
encontrar alguém que a iguale. Superar então, seria um milagre.
- Pode ficar tranqüilo
padrinho. Isso não vai acontecer. Eles são o que de mais importante eu tenho na
vida. Vamos até lá em casa que eles devem estar tomando café a esta hora.
Ao chegarem a casa
encontraram realmente Pedro Paulo e Maria Conceição saboreando uma xícara de
café com leite, pão com manteiga e mel. Quando viram os dois chegarem, Pedro
Paulo gritou:
- Entrem e venham tomar
um café com a gente.
- Boa tarde compadre!
Boa tarde comadre! - disse Joaquim, adentrando a cozinha da casa e puxando uma
cadeira para se assentar.
- Pai, mãe! Vocês
precisam ver o que o padrinho fez.
- Mas fala aí, tche! O que
foi que o compadre aprontou? - perguntou Pedro Paulo.
- Nada de mais,
compadre. Primeiro me sirva uma xícara de café, comadre. Me alcance uma fatia
desse pão que você faz como ninguém. Um pedaço de queijo também vai bem.
- Leia esse documento, papai, - disse Gaudêncio.
- Para isso preciso de
meu óculos. Alcança para mim, meu filho. Já leio mal e mal. Sem óculos,
enxergando as letra embaralhado, não tem jeito mesmo.
- Está aqui, meu pai.
Maria Conceição, depois
de colocar diante de Joaquim o café, o pão e o queijo, também se aproximou para
ver o documento. A primeira palavra que apareceu destacada no alto foi :
TESTAMENTO.
Leram com avidez e seus
olhos foram se arregalando à medida que liam as palavras contidas no documento.
Ao terminarem a leitura, seus olhos se voltaram interrogativos para Joaquim.
Este foi logo dizendo:
- Não venham me dizer que eu não posso ou não devo
fazer o que fiz. Vocês são meus empregados de confiança durante toda vida e o
Gaudêncio é meu afilhado. Não tive a sorte de ter um filho. O Pai Velho lá de
cima não me deu esta graça. Não ia repartir meus bens entre uma porção de
gente. Não quero saber de divisão da fazenda. Assim, deixo amparados vocês
dois, um bom herdeiro para a propriedade e a certeza de que irão tratar bem todos
os empregados. Aliás é a minha recomendação. Não sejam condescendentes com os
malandros, mas procurem sempre ser justos. Esta sempre foi uma das minhas
preocupações e nunca me arrependi. As poucas vezes que tive problemas, consegui
sempre dar um jeito e nunca foi preciso tomar medidas drásticas.
- É muita bondade de
sua parte, compadre.
- Eu vou começar a treinar o meu herdeiro a partir de
agora. Quero que logo ele assuma a maior parte das funções. Me sinto cansado e
acho que vou viajar um pouco, conhecer o mundo, coisa que sempre quis fazer com
a Ana Maria. Infelizmente não deu tempo de realizar esses nossos sonhos. Ela me
deixou antes da hora, - e seus olhos se encheram instantaneamente de lágrimas.
- Não há ninguém em
toda a fazenda que não tenha sentido o passamento da comadre, - disse Ana Maria
- Em homenagem a
memória dela vou visitar preferencialmente os lugares que ela mais desejava
conhecer. Sei que vai doer, mas eu devo isso a ela. Antes porém vou iniciar o
Gaudêncio nas atividades de administração da fazenda. Também com o telefone
hoje em dia, é fácil tirar as dúvidas que surgirem, enquanto eu estiver
viajando. É bom ele se acostumar a tomar decisões. No fim das contas ele tem
você, Pedro para lhe passar orientações quando for preciso.
- Compadre, eu não
tenho palavras para agradecer a consideração que nos tem demonstrado durante
tantos anos. Agora isso. Fico sem palavras. Se essa é sua vontade e não existe
nenhum problema que venha atrapalhar, não posso fazer nada.
- Nosso filho é maior
de idade e pode decidir por ele mesmo. Nem temos mais como interferer nos
assuntos dele, além de aconselhar. Se ele aceita ser seu herdeiro, que seja
feita a vontade dos dois.
- Não existe nenhum
motive que me impeça de fazer esse testamento. Não há o que temer. Por isso
vamos seguir em frente. No máximo no próximo ano quero começar as minhas
viagens. Vou gastar um pouco do dinheiro que ganhei em todo esse tempo e ainda
vai sobrar muito para depois. Você Gaudêncio, se prepara para dançar miudinho
nos próximos meses.
As próximas semanas foram repletas de novidades.
Joaquim levou Gaudêncio a todos os setores da fazenda e o apresentou como
herdeiro. Dentro de pouco tempo ele estaria assumindo boa parte das
responsabilidades administrativas. Iria prestar contas a ele, Joaquim. A
maioria dos trabalhadores o conhecia dos tempos de menino, quando andava por
todas as partes, participando dos trabalhos, fazendo estripulias e se dispondo
sempre a ajudar quem estivesse precisando. Todos aceitaram com alegria a novidade.
Teriam no comando um homem que conheciam muito bem, com ele haviam brincado,
participado de fandangos, rodeios e outras atividades. Sabiam de sua boa índole
e confiavam que, ao assumir as funções novas, não haveria mudanças
significativas no espírito que reinava entre patrão e empregados.
Foram aos bancos, onde passou a ter conta corrente
para movimentar o seu dinheiro. Teria de agora em diante uma mesada generosa. Assinaria
cheques, requisições e outros documentos em nome de Joaquim. Para isso, foram a
um cartório onde lavraram uma procuração de plenos poderes que lhe permitiria realizar,
sem problema, todas as transações necessárias ao bom andamento de tudo, em
especial na ausência de Joaquim.
Após quatro meses de
treinamento, Gaudêncio dominava a maior parte dos encargos que doravante lhe
competia assumir. Sendo assim, não foi surpresa quando Joaquim anunciou:
- Hoje comprei as passagens para a Europa. No final do
mês, embarco para Portugal, Espanha, Itália e por lá decido para onde mais vou.
Vou sem roteiro fixo. Quero passear sem pressa e usufruir ao máximo dessa
viagem. Deixo aqui tudo em suas mãos e dos seus pais. Vou me comunicar por
telefone com vocês toda semana.
- Pretende ficar quanto tempo fora, padrinho?
- Não sei. Como disse,
não tenho roteiro fixo e posso ficar um mês, também pode ser que fique mais
tempo ou menos. Depende do quanto eu gostar daquilo que for encontrando pelo
caminho.
- Vá com Deus, padrinho. Faremos tudo para cuidar bem
de tudo. E, na sua volta, estaremos lhe esperando para conhecer as novidades
que tiver encontrado por lá.
- Com certeza, vou
tranquilo. Confio em você e em seus pais. Vou precisar ir a capital para tirar
o passaporte. Dizem que pode demorar alguns dias. Por isso vou amanhã mesmo.
Não quero ter surpresas de última hora. Tudo deverá estar pronto no dia do embarque.
Em Porto Alegre vou adquirir uma mala adequada, algumas roupas. Não vou levar
muita coisa. Posso comprar por lá o que estiver faltando. É para isso que serve
o dinheiro. Vou gastar um pouco antes que chegue minha hora de subir para o
andar de cima. Quem pode saber o dia de amanhã!
- Concordo plenamente
com o senhor. Não adianta nada acumular dinheiro, sem usufruir do que ele pode
comprar de bom e agradável. Não vale a pena viver só para trabalhar, sem realizar
os sonhos que se tem. Esse mundo de Deus está aí para ser conhecido. Quem tem
condições financeiras para tal, tem mais é que procurar conhecer o máximo das
belezas que existem por aí. As que Deus criou e as que o homem com sua
inventividade construiu.
Joaquim demorou uma semana em Porto Alegre, onde já
aproveitou para fazer uma pequena revisão médica, comprou algumas roupas novas,
mala e bolsa para viagem. Não deixou de procurar uma boa máquina fotográfica,
pois a que tinha estava ultrapassada há bastante tempo. Ao retornar encontrou o
afilhado em plena atividade.
Ele assumira com todo o empenho a administração da
fazenda e pusera em prática algumas idéias que discutira com o padrinho, para
melhorar o fluxo dos trabalhos. Estava eufórico pois estavam dando certo e até
seu pai havia ficado admirado com a habilidade demonstrada pelo filho. Isto
demonstrava que havia feito uma escolha adequada ao depositar nele sua
confiança.
No dia estipulado, Gaudêncio
acompanhou Joaquim até o aeroporto onde embarcaria para a capital. De lá
seguiria para o Rio de Janeiro e faria a conexão com a Europa. Dois dias depois
da partida, um telefonema no meio da manhã, trouxe as primeiras notícias de
Joaquim. Havia desembarcado em Lisboa e estabelecera um roteiro para percorrer
os locais interessantes do país. Iria contratar um motorista e guia que o
levaria num carro alugado para tal finalidade.
Previa uma semana de estadia, talvez um pouco mais.
Sem sombra de dúvida iria ver Fátima e outros locais mais recomendados.
Coimbra, Tras dos Montes e outras cidades históricas. Depois seguiria para a Espanha. Queria
assistir à uma tourada, visitar os castelos medievais, da época dos mouros e
das cruzadas. Gaudêncio ficou emocionado ao conversar com o padrinho. Informou
a ele que na fazenda estava tudo correndo bem, os bezerros nascendo, o arrozal
crescendo e começando a granar. O pai e a mãe sentindo saudades dele, Joaquim.
Não deixavam de falar nele nenhum dia, várias vezes por dia até.
Enquanto Joaquim passeava pela Europa, Gaudêncio
assumia plenamente as funções administrativas. Comportava-se como verdadeiro
proprietário, coisa que aliás seria quando o padrinho fosse para junto de sua
esposa Ana Maria. Coisa que ele esperava demorasse bastante. Queria ter sua
companhia por muito tempo. Era, depois dos seus pais, a pessoa mais importante
de sua vida. Talvez um dia encontrasse uma prenda que lhe arrebataria o
coração, tal como a madrinha tinha arrebatado o coração do padrinho. Provavelmente
ela iria ocupar o primeiro lugar em sua vida. Se Deus lhe abençoasse teria
filhos e estes iriam ficar em um lugar especial junto com aquela que viesse a
escolher como esposa.
As semanas viraram meses e quando viram, Joaquim já
estava passeando há três meses pela Europa. Estava terminando de visitar a
Inglaterra, estivera na França, Suíça e Alemanha. Mas anunciou que no dia
seguinte tomaria providências para o seu retorno ao Brasil. Estava com saudades
da terra natal, de um bom chimarrão, um churrasco e uma boa prosa à beira do fogo
de chão. Em especial quando animado por um bom gaiteiro. Se além disso houvesse
um violeiro, ficava melhor ainda. Iria avisar a data do seu embarque e a
previsão de chegada em casa. Deixaria para outra ocasião a visita a outros
lugares que ainda não visitara.
Essa notícia, correu célere no dia seguinte. Por volta
do meio dia, praticamente todos na imensa propriedade, desde os mais velhos até
as crianças sabiam do retorno próximo do patrão. Gaudêncio avisou que fariam
uma festa para recepcionar o viajante. Evidentemente após lhe dar um dia ou
dois de descanso. Tinha certeza de que o padrinho, apesar de se divertir a
valer na viagem, chegaria cansado e gostaria de um período para repousar. Só
depois iriam tratar de coisas de trabalho, festejos e comemorações.
Os
dias passaram rapidamente e logo estavam, Gaudêncio e o pai Pedro Paulo,
esperando a aterrissagem do avião que trazia Joaquim em sua última etapa da
viagem. Mal tiveram paciência de esperar o desembarque. Logo viram a figura
esbelta e elegante de Joaquim descendo a escada do avião. A vontade de
Gaudêncio era correr ao encontro do padrinho, mas os funcionários do aeroporto
não permitiram que ultrapassasse a porta de acesso ao pátio. Teve que se
contentar em aguardar que os passageiros chegassem ao saguão e só então pode
correr e abraçar a quem dedicava uma afeoção especial.
O viajante correspondeu ao abraço do afilhado e também
do compadre. Estava realmente com saudade das pessoas que há muitos anos faziam
parte de sua vida. Nunca havia se ausentado tanto tempo. Tinha vontade de sair
correndo e olhar todos os recantos de seus domínios, ver como estavam bonitos
os arrozais maduros, quase na hora da colheita, os bandos de bezerros atingindo
o ponto de desmame, os vaqueiros cuidando do gado nas invernadas, tangendo
grupos de animais no manejo de pastagens.
Acabara ficando mais tempo do que pretendia, pois se
encantara com tantas belezas, monumentos, a criação de gado confinado, devido a
escassez de espaços amplos para pastoreio, o cultivo em terrenos inclinados,
irrigação por gotejamento e outras novidades que tivera ocasião de ver ao vivo
e a cores. As montanhas com as neves em seus picos, fosse no inverno ou no
verão, as ferrovias modernas, túneis intermináveis por baixo das montanhas.
Teria muito a contar e também muitas fotografias para mostrar. Acabara
comprando por lá uma filmadora e o respectivo projetor. Isto lhe permitiria dar
uma idéia melhor daquilo que vira em sua viagem. Trazia em sua bagagem uma boa
quantidade de filmes em que registrara as coisas mais importantes, os
monumentos e belezas naturais que visitara. Deram uma rápida passada pela casa
na cidade para deixar algumas coisas da bagagem e também cumprimentar os
serviçais que ali labutavam.
Em seguida rumaram para
a fazenda, onde os esperava Maria Conceição, com uma chaleira de água quente e
uma cuia de chimarrão. Depois dos abraços e boas vindas, sentaram-se e
saborearam o mate, enquanto Joaquim dava alguns informes sobre suas andanças
nas terras européias. Trouxera uma lembrança para cada um. Tinha em suas malas
muitas coisas que iria distribuindo aos poucos. Faria isso com toda calma. O
afilhado, a comadre e o compadre poderiam lhe dar uma grande ajuda nessa
tarefa. Teriam condições de dizer a quem conviria dar cada item que havia em
suas malas.
Depois
de alguns dias disse ao afilhado que seria conveniente ele ir até a capital
para tratar de alguns assuntos legais relativos as propriedades, alguns
investimentos que estavam a cargo de um escritório especializado. Era
importante que Gaudêncio tomasse contato logo com essas pessoas, pois seria ele
que doravante iria tratar com elas e decidir sobre venda de ações,
reinvestimento de capital e outras coisas do gênero.
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